quinta-feira, 27 de maio de 2021

A EPOPEIA



    A epopeia é uma narrativa em versos, relata feitos extraordinários realizados por um povo. Esse povo costuma ser representado, no texto, por um herói. O gênero epopeia obedece convenções, ou seja, ao escrever um texto com essa organização, o autor precisa observar alguns critérios, como:

  1. A história é narrada em versos;
  2. O assunto é sempre um fato grandioso, relacionado com a história de um povo;
  3. O povo de que se conta a história é representado por um herói;
  4. A linguagem empregada é muito diferente daquela empregada no dia a dia; ela é solene, nobre. Por isso, a leitura da epopeia é sempre complexa para o leitor contemporâneo.
    As epopeias mais conhecidas da Literatura Universal, escritas antes da era cristã, são a Ilíada e a Odisseia, atribuídas ao grego Homero. Contam em versos os feitos grandiosos do herói da Grécia Clássica, Ulisses (ou Odisseu).

Professor Natanael Borges
Especialista em Literatura e Língua Portuguesa
 

O Renascimento e o Classicismo

 

    
    A epopeia é o gênero literário que se destaca no período conhecido como Classicismo, marcado pela retomada de princípios da arte clássica e pela euforia de alguns povos europeus devido ao sucesso que alcançaram em suas expedições marítimas na época.

    Contexto: Se no século XV, os navegantes europeus chegaram à América, no fim do século seguinte alcançaram outro grande feito, chegar ao Oriente, comprovando que a Terra é redonda. Constatou-se também, durante essas travessias, que não havia nem monstros nem abismos nos oceanos, o que certamente tornou esses viajantes mais confiantes em seus instrumentos de navegação e em suas possibilidades.

    Em terra firme, o comércio e as cidades ganham vida

    A literatura da época reflete bem essa situação na epopeia produzida por Luiz Vaz de Camões, Os lusíadas, que narra as conquistas do povo português e enaltece o valor da nação. Com o sucesso das navegações ao longo desse período (o fim da Idade Média e o Início da Idade Moderna: Renascimento, pois nessa época diversos valores da cultura greco-romana foram retomada), Portugal assumiu um papel fundamental na expansão marítima europeia e alcançou prestígio. 

    A literatura da época (o auge do Renascimento é conhecida como Classicismo, pois corresponde a volta dos valores da Antiguidade Clássica: a razão como medida de todas as coisas: raciocinio VS sentimentos, a busca do equilíbrio e a uma maior preocupação pela a coletividade.

Prof. Natanael Borges
Especialista em Literatura e Língua Portuguesa

quinta-feira, 20 de maio de 2021

A CRÔNICA NO HUMANISMO PORTUGUÊS

 


FERNÃO LOPES

    Para estudarmos a obra do cronista português Fernão Lopes, é fundamental entender o significado da palavra crônica no contexto português daquela época, a palavra crônica tinha um sentido diferente. Na primeira parte da Idade Média (séculos XII a XIV), a crônica era um relato de acontecimentos históricos organizados em sequência linear. Costumava se um registro de eventos sem a preocupação de apontar o que provavelmente havia gerado fatos, que em geral eram registrados tendo o rei como o centro deles. Portanto, o cronista se identificava com o oficio de historiador.

    No Humanismo, o escritor Fernão Lopes inaugurou uma maneira de escrever crônicas que, embora ainda tivesse várias características da historiografia portuguesa da época, apresentava certa interpretação e reflexão sobre os fatos narrados. Além disso, Lopes procurava fundamentar suas afirmações em obras do arquivo do Estado Português, a que ele tinha acesso. Nessas crônicas de Fernão Lopes podemos encontrar algumas características que seriam mais desenvolvidas nas crônicas modernas (meados do século XVIII e início do século XX).


Professor Natanael Borges

Especialista em Literatura e Língua Portuguesa


CRÔNICA É UMA NOTÍCIA OU NOVELA?

 



A crônica se distingue claramente de conto e da novela, embora tenha alguns pontos em comum com esse dois gêneros. A principal  e talvez mais importante diferença entre esses três gêneros é que a crônica está diretamente vinculada ao jornalismo, ou seja, à atividade discursiva da comunicação de fatos de natureza predominantemente não ficcional. Outra diferença entre a crônica e o conto ou novela é que este dois últimos são gêneros em que predomina nitidamente uma maneira de organização do discurso pela narrativa; a crônica é mais livre (não tem organização definida: até certo ponto pode assumir a estrutura de um conto, de uma novela, de uma notícia, de uma notícia, de uma carta, de um relato, etc.) e caracteriza-se pela fusão de narrativa com a expressão de opiniões e ideias. Por isso apresenta uma mistura de fatos, opinião e impressões pessoais de enunciador.

Linguagem de uma crônica

A linguagem de uma crônica combina elementos literários com o uso expressivo das palavras, a linguagem figurada com elementos da linguagem jornalística (objetividade, concisão, clareza de informações). Mas vamos ter um certo cuidado porque também é possível confundirmos a crônica com a notícia: na crônica, os índices de tempo, espaço e pessoa não estão ancorados na situação de enunciação, e na notícia sim. Além disso, a finalidade da notícia é claramente comunicar um fato, ao passo que a finalidade da crônica é chamar a atenção dos leitores para o fato, convidando-os a refletir sobre ele e a tirar suas próprias conclusões.

Professor Natanael Borges
Especialista em Literatura e Língua Portuguesa

quinta-feira, 13 de maio de 2021

ORIGEM INDÍGENA, EUROPEIA E AFRICANA DA TRADIÇÃO ORAL


    A literatura de um povo é o conjunto das obras literárias escritas que esse povo produziu. A tradição oral é o conjunto de todo o patrimônio cultural que se transmite de boca em boca, e que envolve desde os gêneros mais elaborados como as narrativas da tradição oral, até os mais curtos como os gritos de guerra, as parlendas, as máximas e os provérbios, os ditos populares, as anedotas e as lendas.

    No Brasil, a tradição oral é constituída por elementos de origem indígena, europeia e africana. Boa parte da literatura ocidental, como os contos de fadas, contos ancestrais e as novelas de cavalaria, tiveram sua origem tradição oral. Hoje em dia, várias dessas histórias da tradição oral têm sido registradas por escrito ou em vídeos, num esforço de serem preservadas. Outras tantas continuam muito vivas circulando apenas oralmente. E há ainda aquelas que poderão se perder, por falta de quem as continue divulgando.

Prof. Natanael Borges
Especialista Literatura e Língua Portuguesa



 

Gil Vicente


 O teatro é um fenômeno cultural muito antigo, surgiu na Grécia, antes da era Cristã. Na nossa Língua Portuguesa, o primeiro escritor de teatro foi Gil Vicente, no final do século XV.

Ele escreveu peças que combinavam elementos religiosos com elementos mundanos: suas peças estabelecem perfeita harmonia entre o teocentrismo e o antropocentrismo.

Suas obras são cheias de humor e sátira, elas põem em cena personagens características da sociedade portuguesa do século XV, e é por meio dessas personagens e das situações nas quais se envolvem que Gil Vicente faz crítica aos costumes de sua época. De certa maneira, algumas peças de Gil Vicente antecipam o Renascimento.

Prof. Natanael Borges
Especialista em Literatura e Língua Portuguesa

O HUMANISMO E O SURGIMENTO DO TEATRO EM PORTUGAL


    Na Literatura Portuguesa, o Humanismo culmina com o declínio das novelas de cavalaria e o surgimento do teatro. A produção literária produzida em Portugal no século XV representa a transição entre duas visões de mundo: o teocentrismo (da Idade Média) e o antropocentrismo (do Renascimento).

        O movimento intelectual que fornece as bases para essa transição chama-se Humanismo e, como ocorre na passagem de um modo de ver a vida para outro (novo paradigma), porém contém características de ambos os lados (o teocentrismo / o antropocentrismo). Ou seja, a ideia de que Deus era o centro do mundo começava a ceder espaço para uma visão de mundo em que o ser humano era cada vez mais visto como o centro do universo.

Se antes tudo girava em torno de Deus, a partir do Humanismo, o foco começa a voltar-se para o ser humano. A vida terrena ganha valor, assim como os aspectos material e físico da existência. Essa mudança na visão de mundo está ligada, entre outros fatores, ao desenvolvimento comercial dos países europeus e à revaloriza da cultura greco-romana.

 

Prof. Natanael Borges

Especialista de Literatura e Língua Portuguesa

 

AS TELENOVELAS

    


    As telenovelas não tem relação com o gênero textual novela, exceto pelo fato de também apresentarem uma história. Mas não se trata de histórias curtas, a estruturação costuma ser complicada, a narrativa é bastante entrelaçada.

    A origem das telenovelas está ligada a outra modalidade narrativa (os romances de folhetim), ou seja, romances que eram publicados em capítulos, nos jornais, sobretudo no fim do século XVIII.

    Quando se popularizou o rádio (na década de 1940, no Brasil), o folhetim foi adaptado à linguagem radiofônica e deu origem às longas novelas de rádio ou radionovelas. Posteriormente, a televisão procurou valer-se um pouco desse sucesso adaptando esse nome para as suas produções narrativas, as telenovelas, que também lembram o romance de folhetim.


Prof. Natanael Borges

Especialista em Literatura e Língua Portuguesa

CARACTERÍSTICAS DA NOVELA


A novela, as ações de todas as personagens se voltam para um só objetivo, embora essa caraterística nem sempre se verifique imediatamente. Na novela, há uma concentração das ações que levam ao desfecho: a recuperação ou perda do objeto de desejo é rápida. Esse desfecho coincide sempre com o término da narrativa. O desfecho de uma novela é, portanto, inexorável, não pode ser alterado. Já no conto, pode haver uma distensão ou seja, podem-se desenrolar outras ações, mesmo depois que o objeto de desejo é recuperado ou é perdido. Na novela, como todas as ações devem culminar na recuperação ou perda súbita do objeto de desejo, é comum as personagens se envolverem num maior número de ações do que o conto. Por isso, geralmente se diz que a novela é mais extensa do que o conto. Há até quem diga que o que distingue um conto de uma novela é a extensão: a novela seria mais extensa do que o conto. Mas em geral, nas novelas não há descrições longas e a estrutura da narrativa não é complicada. Todas as situações apresentadas na novela têm andamento acelerado.

Prof. Natanael Borges

Especialista em Literatura e Língua Portuguesa

 

sexta-feira, 7 de maio de 2021

As novelas de cavalaria

 



Embora costumemos classificar como novelas enredos curtos e com poucos núcleos de conflitos, na Idade Média esse termo era utilizado como sinônimo de enredo, “narrativa trançada” e aplicava-se às novelas de cavalaria, que são longas narrativas, construídas de vários entrelaçados com muita ação. A estrutura das novelas de cavalaria, na verdade assemelha-se mais à estrutura do gênero que hoje apreciamos como romance.

Prof. Natanael Borges

Especialista em Literatura e Língua Portuguesa




segunda-feira, 3 de maio de 2021

GÊNERO TEXTUAL


 É um conceito geral que engloba textos com caraterísticas comuns em relação à linguagem, ao conteúdo e à estrutura, utilizados em determinadas situações comunicacionais, orais ou escritas.

Língua ou linguagem?

Como será o Novo Ensino Médio?

O novo Ensino Médio estabelece uma reforma na matriz curricular dos alunos nos três anos desta etapa escolar. A Lei nº 13.415/20...